Márcio Grings — Os 10 Melhores Álbuns de 2023

| Arte: Joel Ganucheau |
| Por Márcio Grings

O texto de apresentação é o mesmo dos últimos anos, com reduções e amplificações, e traduzem ano após ano uma listagem dos melhores que teve sua série inicial em 2010. Dessa vez, somamos forças com Quando o Som Bate no Peito, podcast que faço ao lado do amigo Romero Carvalho, jornalista de Belo Horizonte. Desse modo, teremos duas listagens por aqui, com um podcast unísssono, mais playlists e postagens diferentes.   

Confira os Melhores de 2023 por Romero Carvalho 

Toda vez que vejo listas dos álbuns escolhidos em sites e plataformas especializadas em música, sinto-me assombrado. O mundo que eu conhecia não existe mais. No entanto, sempre vale o aviso: muitas vezes algum álbum figurante no Memorabilia possivelmente não esteja ranqueado em outros portais de música (tem um deles que seguramente estará!). O que o leitor encontra nessa visão particular é uma opinião baseada nos discos que acabaram caindo na micro-teia que me circunda. Uma das marcas dessas escolhas está no saudosismo (ouça um seleção dos laureados no player ao final desta postagem). 

Ouça o podcast Quando o Som Bate no peito sobre os Melhores Álbuns de 2023 

Além disso, nesse ano, o lançamento do novo single dos Beatles nos fez adicionar uma nova categoria nessa listagem: Música do Ano. Se de um lado temos o Fab4, os Stones estão de volta, e é impossível não destacarmos o novo videoclipe do grupo. No fim das contas, ter Beatles e Stones ainda compartilhando histórias conosco, isso após tanto tempo de estrada, é definitivamente uma das dádivas de 2023. Fora da lista, como menção honrosa, destaco ainda o novo álbum de Neil Young (Before and After), o terceiro disco do Wilder Blue (Super Natural) e o CD de violão instrumental de Marcos Kröning Corrêa (Criações e Recriações).       

||| Música do ano ||| 

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THE BEATLES | NOW AND THEN

Cada vez mais aprendo a celebrar a vida. E até mesmo a vida após a morte. Sim, existe algo além da existência terrena. "Now and Then" é a prova disso, pois simboliza a vitória da arte frente a brevidade da vida. Gravada como demo em 1979 e trabalhada durante os anos de 1994/ 95 para figurar na série "Anthology", o que acabou não acontecendo, o fato é que o mesmo homem que nos deu um documentário monumental sobre os Beatles — Get Back" (2021) —, o cineasta Peter Jackson, através da IA conseguiu separar a voz e o piano de Lennon no cassete original. Assim, esse pó de pirlimpimpim deflagrou a mágica. Formação completa do Fab4, além de John, temos Paul (vozes, baixo, lap steel guitarra, piano, cravo e percussão), George (vozes de apoio, violão e guitarra) e Ringo (bateria e percussão). Ainda há uma orquestra com 15 integrantes, com arranjos de cordas de Paul McCartney, Giles Martin (filho do produtor dos Beatles, George Martin) e Ben Foster. A produção é do próprio Paul e de Giles Martin, que utilizaram bases do trabalho feito por Jeff Lynne. O resultado de tudo isso traduz uma melodia simples, preciosa e cristalina, que brilha como um diamante raro. A música traz um raro frescor, como se tivesse sido gravada ainda ontem, lá no Abbey Road Studios. Nenhuma canção emocionou tanto em 2023. Leia o review completo.  

||| Videoclipe do ano |||

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THE ROLLING STONES | ANGRY

Se fosse uma audição às cegas, bastaria 15 segundos de "Angry" e você já saberia – trata-se de Rolling Stones! Primeiro single liberado, impulsionado por um videoclipe com Sydney Sweeney – a atriz aparece passeando pelas ruas de Los Angeles num Mercedes conversível –, apreciando os outdoors que projetam imagens do grupo. Se alguém achou dissonante a escolha de uma garota em trajes menores se contorcendo no banco de trás de um automóvel, lembro que o grupo usualmente utiliza a sensualidade feminina e atrizes em seus clipes. "Anybody Seen My Baby" (com Angelina Jolie), "Doom and Gloom" (com Noomi Rapace), "Ride 'Em On Down" (com Kristen Stewart) e "Criss Cross" (com Marina "Guindilla" Ontanaya), atestam essa linha editorial. Esqueça a letra, pegue carona no riff e se divirta. Confesso, ouvi-la na íntegra pela primeira vez me fez concluir o quanto precisamos de uma nova canção dos Stones. O solo de guitarra com hand-claps me arancou um sorriso. Há até um aceno para os fãs brasileiros, pois Mick Jagger canta: “I’m still taking the pills and I’m off to Brazil“ — Eu continuo tomando comprimidos e estou indo para o Brasil —, uma constatação de que o país continua vivo no seu imaginário e no radar dos Stones. 

||| Os 10 Melhores do Ano |||

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THE ROLING STONES | HACKNEY DIAMONDS 

Os Rolling Stones são a Coca-Cola do rock. Assim como uma fábrica de refrigerantes, a linha de montagem pode entrar no modo repeat. E se eles começaram imitando os antigos bluesman, tempos depois, é preciso lembrar que muitas vezes imitaram a si próprios. "Hackney Diamonds", primeiro trabalho dos Rolling Stones sem Charlie Watts (ele está no álbum em duas músicas), e o primeiro com seu sucessor, Steve Jordan, está acima de muitos discos feitos nos últimos 40 anos. A criticada presença do produtor norte-americano Andrew Watt deu o um acabamento plástico longe de encontrar unanimidade entre crítica e público, sonoridade que até nos faz pensar no passado – o que não poderia ser diferente –, mas também soa moderna, feita para ser ouvida — inclusive — no seu smartphone. Das 12 faixas, apenas uma delas, "Live by the Sword", está abaixo do restante. "Angry" é puro Stones. O refrão pop de "Get Close" cola de cara. Na balada "Depending On You" Ronnie Wood dá o ar da graça com seu slide preenchendo os espaços. "Bite My Head Off" é punk (letra e música), além de contar com a presença de Paul McCartney no baixo. "Dreamy Skies" flerta sem atalhos com o country, "Tell Me Straight" traz o sempre esperado momento solo de Keith Richards (que nunca decepciona) e "Sweet Sounds of Heaven", com Lady Gaga, já é um novo clássico dos Stones da era moderna. O certo é que com Mick, Keith e Ronnie na ativa, no mínimo, tudo fica mais divertido. Leia o review completo.  

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PRETENDERS | RELENTLESS

Não é de hoje que declaro minha paixão pela voz de Chrissie Hynde. Em "Relentless", ela continua inquebrantável, sendo instantaneamente reconhecível. Depois do ótimo "Hate For Sale" (2020), dessa vez Chrissie chamou o produtor galês David Wrench para comandar as ações. O baterista original Martin Chambers está de folga e Chris Somme (James Morrison) assume seu lugar. Assim como no álbum anterior, o parceiro de composição é o guitarrista James Walbourne. "Relentless" começa com as guitarras pesadas de "Losing My Sense of Taste", mas é a voz da vocalista que atua como para-choque de cada música. "A Love" poderia figurar em qualquer bom disco do grupo. Na sinistra "Merry Widow" ela diz: “Sou divorciada, mas me sinto como uma viúva, uma viúva alegre". Fazendo uma ligação, há um trecho comovente em "Just Let It Go": "Cultivei a terra com meu arado/ Enterrei alguns e a outros dei à luz". É como se a cantora fizesse um inventário das perdas e danos da própria banda e de sua vida. Vale lembrar que James Honeyman-Scott (guitarra) e Pete Farndon (baixo), membros formadores do grupo, e amantes em épocas diferentes de Chrissie, morreram ambos de overdose e antes dos 30 anos. Nessa volta ao passado, sua viuvez honorária parece fazer sentido.       

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HIS GOLDEN MESSENGER | JUMP FOR JOY

Uma das melhores bandas norte-americanas da atualidade ainda é desconhecida por aqui. Apesar de já estar na estrada desde 2008 e "Jump for the Joy" ser o 11º álbum da banda liderada por MC Taylor. O His Golden Messenger faz tempo crava um álbum melhor que o outro. Taylor recrutou como vocalista de apoio a filha de Levon Helm, Amy, e espalha poesia pelas músicas: “Sou apenas um prego na cabana do universo”, canta. É fácil perceber os laços sanguíneos com a tradição cancioneira do folk, country e do soul, matérias-primas utilizadas deliberadamente nas composições do grupo. É fato: os fãs de Jerry Garcia e do Grateful Dead irão adorar canções como "California King" e "Nu-grape". "Feelin Eternal" bate no soul rock, e "My Old Friends" é tudo que você precisa entender como a influência do folk e do country podem sim colorir as canções sem afetamento. Eles até experimentam um pop mais comercial em "I Saw the New Day in the World", com Taylor discorrendo sobre a vida na estrada: "Estou indo embora/ Estou partindo cedo/ Arrume minhas malas (...) Correndo, sempre correndo/ Desaparecido, principalmente desaparecido/ As coisas que o sonho não te mostra". O His Golden Messenger é a prova de que há música inteligente sendo feita hoje. 

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PETER GABRIEL | “i/o” 

Demorou bastante, mas cá o temos. O primeiro álbum completo de Peter Gabriel em mais de 21 anos desde "Up" (2002), e que marca o maior intervalo entre dois álbuns de estúdio em sua carreira solo. A espera valeu a pena. Ao longo dos anos, trabalhando em novas canções desde 2004, entre vais e vens ou diversas mudanças de curso, mais recentemente, o ex-Genesis precisou de uma pausa na carreira para cuidar da esposa doente. Só voltou a trabalhar no disco em 2019. A revista Rolling Stone chamou “i/o”  de "Chinese Democracy" de Peter Gabriel, em referência à demora e aos diversos adiamentos do álbum. O trabalho atendará perfeitamente as expectativas dos seus fãs, pois traz os elementos que bem conhecemos, o mesmo crossover utilizado de maneira orgânica, mas com a alquímica do Século XXI, fórmula já utilizada por Gabriel, frequentemente à frente do seu tempo. Temas como a faixa título onde diz: "Então, imaginamos viver separados/ Isso por termos duas pernas, um cérebro e um coração/ Todos nós pertencemos ao todo/ Aos tentáculos do polvo e às asas do abutre/ À tromba do elefante e à picada da abelha e seu zumbido", um dropes da temática espiritual de suas letras. "This is Home", lançada como single, é uma das minhas preferidas e, "So Much". que reflete sobre o envelhecimento e a mortatidade, são pontos chave do disco. E há muito mais. O conjunto da obra atesta o selo de qualidade do álbum e de um artista que nunca brincou me serviço.            

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IAN HUNTER | DEFIANCE PART 1

"Defiance Part 1", 16º lançamento solo de Hunter, desde que se separou de Mott the Hoople, isso há quase 50 anos, é um senhor disco de rock and roll. "Defiance" começa com Slash fazendo solo e Robert Trujillo do Metallica tocando o mesmo baixo Fender que Jaco Pastorius usou em "All American Alien Boy" (1976). "Bed of Roses" tem Ringo Starr na bateria e Mike Campbell nas guitarras e bandolim. Sim, o elenco é estelar: ainda temos Todd Rundgren, Joe Elliott do Def Leppard, Duff McKagan (Guns N' Roses), Brad Whitford (Aerosmith), Waddy Wachtel, Billy Gibbons, Billy Bob Thornton, Jeff Tweedy (Wilco) e três quartos dos Stone Temple Pilots. Taylor Hawkins toca bateria em "Angel", "Kiss N' Make Up" e "This Is What I'm Here For", e "No Hard Feelings" conta com Jeff Beck (acompanhado por Johnny Depp). "I Hate Hate”, apresentada em duas versões, é um dos destaques do álbum. Já "Kiss N' Make Up" explora um groove pantanoso feito sob medida para Gibbons e para os maneirismos de Thornton. Hunter faz música há quase 65 anos e"Defiance Parte 1" é realmente um álbum matador e nos deixa salivando pela Parte 2. Que venha logo!

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BOB DYLAN | SHADOW KINGDOM

"Shadow Kingdom", o filme, saiu em 2021, divulgado no site oficial de Bob Dylan. Hoje sabemos, no vídeo, Dylan apenas dubla as canções que gravou com uma outra banda. Entre os integrantes, ele reintegra velhos colaboradores como T-Bone Burnett (violão) e Don Was (baixo acústico). Se o filme é uma farsa deliciosa, onde nos deixamos ser enganados, no quesito musical, sabemos que o velho Bob não brinca em serviço. Há apenas uma música inédita, que ouvimos nos créditos finais, "Sierra's Theme", no clima dos filmes de faroeste e com acenos a "Pat Garret & Billy The Kid" (1973). No repertório, basicamente canções dos anos 1960/70, exceto "What Was It You Wanted", uma das melhores de "Oh Mercy" (1989), e uma das minhas preferidas desde sempre. Como um jogador que não economiza o ás escondido debaixo da manga, o show já começa com uma cartada de mestre — a impressionante versão de “When I Paint My Masterpice”. "Most Likey Your Go Away" revive numa reinvenção cigana. "Queen Jane Approximately" ganha uma de suas melhores encarnações, para muitos o ponto alto de tudo que se ouviu. O Ocidente e o Oriente reverenciam “Shadow Kingdom”, pois o incansável Bob Dylan não perde sua gana de seguir em frente | Leia o review completo.               

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VINI BRUM | SERENO

Integrante dos e Graxelos, Rinoceronte e Poços & Nuvens, Vini Brum lança "Sereno", seu primeiro CD autoral/ solo. Com produção musical de Luís Bittencourt e Vini Brum, as 12 canções do álbum foram gravadas por Vinicius Bertolo no estúdio Caixa de Sons (Santa Maria/ RS) e por Luís Bittencourt no estúdio Mutante (Cidade do Porto/ Portugal) entre 2021 e 2022. Além de Vini Brum (vozes, violões, baixo, bandolim e ukulele), o trabalho conta com participações de Luís Bittencourt (arranjos, percussões, orquestrações, programações e guitarras elétricas), Paulo Noronha (lap steel) e Felipe Quadros (pedal steel). O disco começa com a busca idílica de "Château Solaire", tema que dá o tom do disco: violão na cara — nesse caso com o reforço de um ukelele —, além do molho de percussões, programações e teclas. Já "Lanhado" é puro rock, contudo, nunca se esqueça, Vini Brum não propõe uma experiência de volume e potência no seu álbum. Esqueça as guitarras, aqui é o violão e o seu bandolim que desfilam no epicentro das ações. Canções como "Longa Metragem", "A Rima", "Galo dos Ventos" e "Mar de Distrações" também merecem destaque, num álbum onde o conjunto da obra se impõe. O certo é que Vini Brum protagoniza uma estreia que possui credenciais para encontrar o grande público. Leia review completo |  Compre AQUI

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JOHN MELLENCAMP | ORPHEUS DESCENDING

Aos desavisados, "Orpheus Descending", 25º álbum de estúdio de John Mellencamp, pode confundir o ouvinte, pois para quem não sabe, sua versão atual congrega uma voz catarrenta, ao estilo de Tom Waits. Seu canto, antes jovem e impetuoso, agora é grisalho, repleto de tristeza e arrependimento. É a emissão vocal de alguém que fumou três maços de cigarro por dia durante 50 anos. Mellencamp deixou de lado qualquer intenção de figurar nas paradas e, na velhice, sua rebeldia tornou-se rabugenta. Hoje em dia, seu som aponta mais para o Delta blues do que para o pop rock. Nas letras, ele subiu a régua e olha para a sociedade de uma forma crítica, como em "Hey God", um alerta sobre a paixão dos americanos por armas de fogo. Esse tema se repete em “The Land of the So-Called Free”, quando diz: “Um parente meu/ Apontou uma arma para sua cabeça/ A vida é muito chata/ É o que dizia seu bilhete”. "Eyes of Portland”, critica a cidade do Oregon pelo seu descaso com os moradores de rua. Em “Perfect World”, escrita para ele pelo amigo Bruce Springsteen, ex-rival nas paradas, ele canta: “Todo amante ganharia uma rosa no Dia dos Namorados/ E todo cachorro vadio encontraria seu caminho/ Eu estaria em seus braços esta noite se você facilitasse as coisas”. Aos 72 anos, artisticamente, John Mellencamp finalmente se encontrou. 

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CAT POWER | CAT POWER SINGS DYLAN: THE 1966 ROYAL ALBERT HALL CONCERT

A poderosa Chan Marshall, conhecida como Cat Power, teve a ousadia de reprisar um dos shows mais icônicos da história do rock: a apresentação de Bob Dylan gravada na cidade inglesa de Manchester, em 1966, justamente quando o músico virou a chave do som acústico para o elétrico. Na época, oa apresentação foi lançada no mercado pirata com título errado e, desse modo, o show passou para a história como se tivesse sido gravado no Royal Albert Hall. Chan regravou esse mesmo repertório e manteve 'a piada' do nome, pois remontou tudo isso na lendária casa de espetáculos londrina. O resultado dessa empreitada não apenas surpreendente os desavisados sobre a capacidade da cantora norte-americana em recriar canções (ouça o álbum "Jukebox" e comprove esse superpoder), mas supera inclusive a expectativa de alguns de seus fãs. Do jeito dela, canções como "She Belong to Me", "Just Like Thumb's Blues", "I Don't Blieve You" e "Ballad of A Thin Man" (com direito a reprise do lendário grito de "Judas", ao qual ela imediatamente revida com um "Jesus") conseguem reverenciar a música de Dylan agradando até mesmo os puristas mais convictos. Por outro lado, Chan empresta uma interpretação tão comovente, como se tudo isso que ela canta no disco fosse composto por ela. 

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CARIN LEÓN | COLMILLO DE LECHE 

Faz um bom tempo que meus ouvidos estão mais atentos para o cancioneiro latino, onde encontro uma saída do eixo anglo-americano de ouvir música. Com 18 músicas, algumas já conhecidas nas plataformas de streaming, "Colmillo de Leche" é o terceiro álbum do cantor mexicano Carin León. Agora embaladas como álbum, o trabalho traz o esquema pop do "feat" (artista convidado), que nos leva ao lado mais pop do disco. Assim ouvimos Camilo (Ni Me Debes Ni Te Debo), Pablo Alborán (Piedra Papel), Angela Aguilar (Vete Yendo) e melhor delas — "Corazón de Oro", um cover do Tigres del Norte interpretado em dueto com o grupo Los Hijos de Frank, de Hermosillo. Para quem não saca do cortado, aqui temos um som de fronteira, o tex-mex, o que me traz à lembrança de algumas canções de Ry Cooder ou os discos em espanhol de Linda Rondstadt. "Mi Alma Embrugada" é um bolero dor de cotovelo com vocais de apoio ao estilo dos mariachis. O trabalho de violões é exuberante. "Te Pedi" solta chispas no contato com das unhas dos violeiros com o aço das cordas — baixo acústico e uma harmônica de tirar o fôlego. "Colmillo de Leche" acaba com "Outro", meio tango, meio faroeste, um piano com revérber fantasmagórico, o que nos joga nos saloons da fronteira dos Estados Unidos com o México.  

Ouça playlist com destaques dos selecionados.         

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