Vini Brum fala sobre "Sereno"
| Foto: Pablo Zambelli | |
Ouça "Sereno" no Spotify | Compre o CD no site da Memorabilia Store
SERENO, UMA COLEÇÃO DE SÍMBOLOS
| Por Vini Brum |
Na última sexta (1º), Sereno foi lançado. Eu estava na estrada, por isso acho necessário dizer algumas coisas sobre meu primeiro álbum solo, lançado pela Memorabilia Store.
A faísca inicial surgiu como uma provocação. Enquanto devolvia o ukulele emprestado pelo amigo Márcio Grings, isso ainda no início da pandemia, floreei algumas notas aleatórias no instrumento. Foi quando ele me perguntou: "Que som é esse?". Respondi não ser nada em específico. Ele visualizou algo ali. Então, perguntou se poderia escrever uma letra para o tema. Proposta aceita no ato. No dia seguinte tínhamos “Château Solaire”, que viraria a faixa 1 de Sereno. Nesse período não nos víamos, apenas trocávamos figurinhas via internet, pois era o começo do lockdown. Desse modo o processo avançou — eu enviava algumas harmonias por mensagem de celular e ele prontamente colocava as letras. Assim surgiram cinco canções. Seguindo no embalo, aproveitei para tentar expressar meus próprios sentimentos no papel. Outras canções nasceram e, a exceção de “Cem Palavras”, um tema engavetado há mais tempo, as outras seis músicas que compoêm o CD vieram dessa mesma lavra.
Gravação de Sereno no Estúdio Caixa de Sons. Foto: Márcio Grings |
Foto: Márcio Grings |
Foi quando, ainda em meio a pandemia, surgiu o edital da Lei Aldir Blanc. Eu não tinha experiência nenhuma na área, daí, novamente Márcio Grings atuou. Ele não apenas me incentivou a inscrever o projeto, mas também me ajudou a forjar as defesas e apontou os caminhos para uma aprovação, mirando a edição de um CD. Para nossa alegria, o projeto foi qualificado e assim angariamos os recursos necessários para avançarmos.
Durante todos esses meses, eu e Neny trabalhamos distanciados, utilizando nossos e-mails para debatermos processo e, por incrível que pareceça, não nos encontramos presencialmente em nenhum momento. Estávamos em nossas casas: eu, em Santa Maria, ele, na Europa, na Cidade do Porto. Por aqui, durante as gravações, contei com o apoio de Vinicius Bertolo, proprietário do estúdio Caixa de Sons, que desde o início abraçou a causa. Exceto os baixos, gravados no meu quarto, captamos tudo no estúdio do Bertolo: vozes, violões, ukuleles, bandolim, com sessões de gravação regadas a muito café. Salvos os arquivos, enviávamos o material para Neny, que do outro lado do Atlântico fazia a mágica acontecer. Lembro da primeira faixa enviada por ele, especificamente dos arranjos utilizados na primeira versão de “No Jardim das Açucenas”. Fiquei de queixo caído, pois o tema estava exuberante. E, a partir daí, com tudo no seu tempo, o trabalho foi tomando forma. Após muito debatermos os arranjos, como vários ajustes e afinações, finalmente no segundo semestre de 2023, o disco ganhou vida.
Ouça "Lanhado".
Além de Luís Bittencourt, que fez boa parte do trabalho, contei com algumas participações especiais: Márcio Grings, com uma locução em “Cem Palavras” (além das letras em 5 temas); Luiz Brum, meu pai, com um apoio na letra e na locução da intro em “O Caminho”; Márcia Heinz, minha querida professora de português no ensino médio, não cantou nem tocou, mas me ajudou com as palavras e dividiu comigo e com meu pai a escrita da letra de “O Caminho”; Felipe Quadros, grande amigo e talentosíssimo músico local, colocou seu toque de pedal steel em “Tudo o que Vale a Pena”; e Paulo Noronha, meu amigo/irmão de Rinoceronte, colocou um slide de violão em “Longa Metragem”.
A capa de "Sereno". Arte: Paulo Noronha |
Contracapa do CD. Foto: Pablo Zambelli. Desenho gráfico: Paulo Noronha |
Sereno é dedicado as pessoas que percorreram juntos ou cruzaram o meu caminho nessa jornada até aqui!
Ouça "A rima".
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