Lot Long, o trabalhador rural que foi parar na capa de Led IV
| Dukes Auctions/Atlantic Records | |
O álbum Led Zeppelin IV possui vários selos de originalidade, a começar pela capa, sem nenhuma nomeação. Há também a simbologia dos criptogramas que representam os integrantes. O velho rabugento que nos encara na imagem frontal, curvado por um feixe de lenha às costas, é uma figura intrigante. Na contracapa, percebemos uma cena urbana de uma cidade qualquer, quando então entendemos que o ancião é um símbolo do passado, fixado num quadro. No encarte, numa tipografia específica, lemos a letra de “Stairway to Heaven”, um dos principais grimórdios do Led. Ao lado do texto, um homem de cartola lê um livro. O eremita com uma lanterna na parte interna da capa é um símbolo enigmático que reaviva a imagem de Jimmy Page em “The Song Remais the Same”, o filme. Jimmy, o feiticeiro mais famoso da música mundial, que idolatrava outro bruxo, Aleister Crowley. Será que ele saberia de algo que não sabemos?
Saiba mais sobre o álbum Led Zeppelin IV
Eu cresci sovando a capa do álbum Led Zeppelin IV. Eu e milhões de fãs do grupo inglês. O fato é que 52 anos depois de seu lançamento, um dos mistérios dessa composição icônica da cultura pop e do rock and roll finalmente foi resolvido: o velho barbudo e curvado da capa foi reconhecido. Seu nome é Lot Long, de 69 anos, um trabalhador rural que cobria telhados com palha no sudoeste da Inglaterra, isso na década de 1890, mais propriamente na cidade de Wiltshire.
| Lot Long, fotografado por Ernest Howard Farmer em1892, mais propriamente na cidade de Wiltshire, sudoeste da Inglaterra | |
“Havia algo familiar naquela imagem", disse Edwards ao Times. Então, ligou para a esposa – para se certificar que não estava equivocado, diz ele – e concluiu que sim, a foto era do homem da capa do Led, embora fosse uma versão em preto e branco, em oposição à foto colorizada utilizada no invólucro do LP (às vezes erroneamente considerado uma pintura). Dias depois, Edwards foi ao Museu de Wiltshire, onde o álbum estava em leilão. Edwards, que foi curador de uma exposição no museu em 2021, soube que o material intitulado de "Reminiscences of a visit to Shaftesbury", era obra de um homem chamado Ernest Howard Farmer (1856-1944), um fotógrafo de 25 anos que havia tirado, compilado e inscrito o álbum de fotos em algum momento durante a Era Vitoriana. O objetivo da coletânea? Presentear uma de suas tias. Edwards teoriza que o fotógrafo, que também ensinava fotografia, usou uma impressão em preto e branco da imagem para orientar seus alunos a como colorir fotos. A impressão comprada por Page and Plant aparentemente já foi perdida há muito tempo.
Quanto à resolução do mistério, Edwards disse ao Times: “Tive muita sorte".
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