O que motivou o cancelamento do show de Gustavo Telles em Vacaria?
| Reprodução vídeo Juliana Tonini | |
O Mercado Público Municipal de Vacaria estava em festa. A cidade, localizada no Nordeste rio-grandense, celebrava seus 172 anos e, por isso, uma semana com eventos culturais gratuitos foi organizada para festejar a efeméride, além da Feira do Livro que acontecia no mesmo local. Gustavo Telles, atração agendada para a noite da última sexta-feira (28), acabara de lançar seu 5° álbum solo, "Hoje, aos 43". O show em Vacaria, cidade natal do músico (e onde voltou a residir após 23 anos), seria a primeira apresentação de divulgação do novo trabalho. Contudo, Telles e sua banda foram impedidos de tocar pela Prefeitura Municipal, apoiadora do evento.
Foto: Tágor Antunes |
Assim, por cerca de 2h30, à espera de uma voz oficial da Prefeitura, a produtora do evento tentou revogar o cancelamento e entender as reais motivações do fato. Como não havia um documento determinando a suspensão do concerto, em torno das 20h30, Gustavo Telles & Os Escolhidos subiram ao palco do Mercado Público. Contudo, já na segunda música, a banda foi interrompida, pois, a pedido da Guarda Municipal, a produtora pediu para Telles parar o show (veja vídeo, adiante para 3min25seg). As duas canções executadas: "Hoje, aos 43" (música tocada na passagem de som e novamente durante o show) e "O tempo não vai nos afastar" tem respectivamente a memória afetiva do compositor por sua cidade natal e o amor como temáticas e enredo, sem nenhum tipo de conotação política. Após o incidente, a produtora Juliana Tonini fez um boletim de ocorrência (arquivo abaixo):
Boletim de ocorrência feito pela produtora Cultura Juliana Tonini |
Segue abaixo um trecho da música apontada como canção de protesto por Boeira:
"Caminhei/ Como vou te explicar/ O que senti/ Pelas ruas que andei. Ontem um guri/ Hoje, aos 43/ Meu coração/ Balançou mais uma vez. Tudo o que vivi/ Permanece em mim/ Em quem me tornei/ E agora estou/ Onde comecei/ Reaprendendo a sentir/ E buscando paz.
Avancei/ Continuei a relembrar/ Reacendi/ Velha chama em meu olhar/ Hoje aceitei/ O que passou, o que virá/ Mais uma vez/ Deu vontade de sonhar. Tudo o que vivi/ Permanece em mim/ Em quem me tornei/ E agora estou/ Onde comecei/ Reaprendendo a sentir/ E buscando paz", diz a letra de "Hoje, aos 43".
Foto: Tágor Antunes |
"É importante ressaltar que não houve a mínima tentativa de diálogo conosco, seja com os músicos ou com a produtora do evento", afirma Gustavo Telles. "Um simples adesivo seria realmente o motivo para o cancelamento do show? O que percebo é que não queriam que eu tocasse, simplesmente por minhas convicções políticas, que, naquele momento, inclusive não seriam de forma alguma manifestadas no palco", reforça o músico vacariense. Juliana Tonini destaca o infortúnio deflagrado pelo cancelamento:
"Foi uma falta de respeito comigo, como promotora do evento, com os artistas que ali estavam, e com a população vacariense que compareceu aos shows. É um sentimento profundo de frustração e de censura. O mínimo que a Prefeitura deveria fazer era pedir desculpas a todos os envolvidos, além de revelar o real motivo dessa atitude. Estamos esperando um pronunciamento oficial e até agora ninguém nos esclareceu nada", disse ao Memorabilia a produtora cultural.
Petismo não vai avançar em nenhuma esfera, a maioria da população não aceita mais esse tipo de política. Estão desde 2019 falando que o Bolsonarismo é uma ditadura, pois agora terão razão, não deixaremos Lula fazer o que planeja com nosso país. Estamos unidos, estamos armados e sem paciência com comunismo e com quem apoia comunistas. Chega de retroceder.
ResponderExcluirEsse comentário de um leitor não identificado resume meu sentimento sobre o bolsonarismo. Truculência, indisposição para aceitar as diferenças, desinformação (comunismo?), entre tantas coisas. É esse o mundo que vocês querem?
ExcluirSugiro ao "ilustre anônimo" que aceite a derrota, respeite a vontade da maioria e entenda sua condição de minoria (aquela que o ex-presidente Bolsonaro disse que não tinha importância alguma). Procure estudar sobre os temas que cita e retorne para comentar após 6 meses do novo governo (pelo menos). Somente assim poderás fazer um comentário digno de oposição.
ExcluirLá não era o local para qualquer manifestação mesmo sendo um adesivo é local público, se as pessoas tivessem pagando para ver o show não teria qualquer objeção agora em local público independente de quem a banda apoia a neutralidade deve prevalecer.
ResponderExcluirAh, que isso... essa justificativa não cola. O show do Seu Jorge, em Porto Alegre, era pago (e bem pago) e mesmo assim os radicais ultrafacistas de direita protagonizaram um espetáculo patético de racismo e intolerância. O problema não é ser evento pago ou gratuito, a dificuldade dessa galera é respeitar a democracia.
ExcluirO que é um adesivo de uso pessoal em comparação com os letreiros com nome e número do candidato fascistao nos carros estacionados dentro do pátio do mercado público. Censura e abuso de poder certo além de desperdício de dinheiro público.
ExcluirForça amigo Gustavo! Parabéns a todos que levaram o caso para frente e estão buscando os direitos, que é de todos nós. Se apresentar se expressar e trabalhar, Viver e poder levar arte!
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