So long, Greg!
Divulgação Facebook GW |
Vi o Blues Etílicos ao vivo seis vezes: 1997, 1998 e 1999 (Santa Maria); 2014 (Caxias do Sul); e 2019 e 2022 (Porto Alegre).
O grupo carioca foi um dos meus mentores no blues. De todas as vezes que os assisti, guardo como memória suprema o show no Café Brasil em 1997, era o tour de divulgação de “Dente de Ouro”. A lembrança de ouvir Greg Wilson cantando ao vivo “Misty Mountain” ainda hoje segue viva dentro de mim. É minha música favorita deles. Depois do show, encontrei o grupo no backstage e autografei meus CDs. Greg foi de uma gentileza incrível, muito atencioso e brincalhão. 12 anos depois, em 2009, quando estava na rádio Itapema, em parceria com o extinto Rota 1, tive a chance de trazê-lo a Santa Maria como artista solo. Antes da apresentação, Greg passou pelo estúdio da rádio, bateu um papo e tocou uma versão incrível de “Dead Flowers” dos Stones (perdi nos HDs da vida).
Além de ótimo guitarrista, o mais carioca dos norte-americanos possuía uma incrível digital e tinha a caligrafia dos grandões. Falei para o próprio naquela vez: “Você é um dos meus cinco vocalistas favoritos de todos os tempos”.
Em 2021, recebi o convite para escrever um breve texto no CD comemorativo dos 35 anos do grupo. Fiquei feliz pra cacete! Segue:
Ainda no final de 2021, recebi pelo Whatsapp esse vídeo do amigo Luciano Leães. Um salve de Greg direto de Florianópolis, cidade onde ambos se apresentavam.
Ano passado vi o Blues Etílicos pela última vez no Parque da Redenção em Porto Alegre. Foi emocionante ouvir “Waterfalls” ao vivo, uma das inéditas do último álbum, canção escrita por Greg. A notícia de sua morte neste sábado (20) é simplesmente devastadora. Sabíamos que ele estava passando por um período de luta contra o câncer, mas, quando gostamos de alguém, sempre torcemos para que o pior não aconteça. Ainda mais da forma corajosa como Greg lutou contra a doença. Tinha a impressão que essa nuvem negra iria se dissipar. Infelizmente não foi o que aconteceu....
Divulgação GW |
É triste quando alguém insubstituível se vai. Aquela história da fôrma sem molde, da peça de reposição inexistente. Que lacuna horrorosa a morte de Greg Wilson deixa no blues brasileiro! Ele tinha apenas 60 anos. Havia ainda muita lenha pra queimar, Greg! Meus sentimentos a família e aos colegas de grupo.
Por outro lado, penso que Greg finalmente chegou naquele lugar onde todos os dias o ar é limpo, onde os pássaros sempre poderão cantar livres, onde o vento inevitavelmente irá soprar agradável e o cristalino riacho eternamente correrá entre o verde das colinas.
Misty Mountain mellow morning.
Comentários
Postar um comentário