Wagner Tiso e Som Imaginário — Porto Alegre, 30 de Julho de 2022

O Som Imaginário. Foto: Pablito Diego

Por Márcio Grings Fotos: Pablito Diego

Se juntarmos a história dos cincos músicos que passaram pelo palco do Blues Jazz Brasil Festival na tarde ensolarada do inverno gaúcho do último sábado (30), no Parque da Redenção em Porto Alegre, certamente poderíamos recontar uma parte significativa da cronologia da nossa música. O Som Imaginário é uma dos patrimônios da música popular brasileira. Formada no início dos anos 1970, o grupo inicialmente nasceu como banda de apoio de Milton Nascimento. Com Bituca eles gravaram "Milton" (1970) e "Milagre dos Peixes ao Vivo" (1974), além de participações de integrantes na gravação do álbum "Clube da Esquina", eleito recentemente por uma seleção de críticos como o Melhor Álbum na MPB de todos os tempos.  

Wagner Tiso. Foto: Pablito Diego

O grupo passou por várias formações e lançou três discos. Em 2012, depois de quase 40 anos sem apresentações, o Som Imaginário se reuniu com Wagner Tiso (piano), Luiz Alves (baixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (guitarra) e Nivaldo Ornelas (saxofone) no projeto "Wagner Tiso e o Som Imaginário". No início de 2013, Wagner convidou o guitarrista Victor Biglione para ser o sexto integrante do grupo. Com atuações bissextas, poder assisti-los na capital gaúcha num evento gratuito não poderia passar batido pelos amantes da música. 

Robertinho Silva. Foto: Pablito Diego

No palco, ninguém com menos de 70 anos. Lá está o mineiro Wagner Tiso, 75, patrimônio da música mineira, brasileira e internacional, um dos arranjadores do álbum "Clube da Esquina", gravou e arranjou álbuns de Milton Nascimento, Gal Costa, Maria Bethânia, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Caetano Veloso, Gilberto Gil entre tantos outros nomes. 

Incrível presenciar — em ainda ótima forma — o lendário Robertinho Silva, 81, considerado um dos definidores da linguagem nacional para a bateria. Ele faz parte do "Clube da Esquina", trabalhou com Milton por 26 anos, gravou com Herbie Hancock, João Donato, Tom Jobim, Wayne Shorter, Pat Metheny George Duke, Egberto Gismonti, Sarah Vaughan, Gilberto Gil, João Bosco, Gal Costa, Chico Buarque, entre tantos outros. 

Lus Alves. Foto: Pablito Diego

O baixista Luis Alves, 78, gravou com Milton, Gal Costa, Martinho da Vila, Sá & Guarabira, Beto Guedes, João Bosco, Gilberto Gil, Sarah Vaughan e Chico Buarque.  

Já o violoncelista Márcio Mallard, 74, gravou ou dividiu o palco com Astor Piazzolla, Wagner Tiso, Dorival Caymmi, Tim Maia, Egberto Gismonti, Djavan, Ivan Lins, Paralamas do Sucesso, A Cor do Som, entre outros.  

Márcio Mallard. Foto: Pablito Diego

E, por último, o saxofonista, flautista e arranjador Nivaldo Ornellas, 81, mais de 14 álbuns solo lançados, formou em 1967 o Quarteto Contemporâneo, foi integrante do Berimbau Trio, e com o  Som Imaginário apresentou-se ao lado de grandes nomes da MPB, como Gal Costa (no Teatro Opinião) e Milton Nascimento. 

No show, o quinteto revisitou vários temas que fazem parte da história do grupo e de seus integrantes, além de peças de Milton Nascimento e do Clube da Esquina. Fredera, guitarrista original do Som Imaginário, foi a baixa no time, pois devido ao Covid não pode viajar até o Rio Grande do Sul. 

Nivaldo Ornellas. Foto: Pablito Diego

   

Foto: Pablito Diego


Foto: Pablito Diego


Foto: Pablito Diego


Foto: Pablito Diego

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