Lançamentos Memorabilia: como bateu "Quando o Som Bate no Peito" nos leitores e crítica especializada

Foto: Ernesto Sacchet

Por Elmo Köhn 

No próximo sábado (16), às 10h na manhã, em evento que ocorre na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, no último dia da 48ª edição da Feira do Livro, Márcio Grings faz o lançamento físico de "Quando o Som Bate no Peito". O livro que resgata duas décadas de cobertura credenciada de Grings como repórter musical traz resenhas de vários shows que passaram pelo Sul do Brasil. São eles: Bob Dylan, Paul McCartney, The Rolling Stones, The Who, Black Sabbath, Deep Purple, Eric Clapton, Buddy Guy, Elton John, Roger Waters, David Gilmour, Robert Plant, Jethro Tull, Aerosmith, Jack White, ZZ Top, Queen+Adam Lambert, The Pretenders, The Cult, Whitesnake, Roger Hodgson, James Taylor, Joan Baez, Mr Big, Nazareth, Willie ‘Big Eyes’ Smith, Blackberry Smoke, Saxon, Glenn Hughes, Steve Hackett, Wee Willie Walker, John Mayer e Birdlegg.


Com 232 páginas, a publicação ainda contém um libreto colorido de 40 páginas em papel couchê, com mais de 70 fotos de 18 fotógrafos. Saiba mais sobre a publicação no hotsite, mesma plataforma em que o livro pode ser adquirido. "Quando o Som Bate no Peito" também está disponível para venda nas bancas da Feira. 

Confira abaixo o que alguns leitores e jornalistas falaram sobre o livro:

Lúcio Brancato, jornalista

Terminei de reler este baaaaita livro. Tive a imensa honra de ler uma cópia virtual antes da obra ir pro forno. Assim como o Márcio Grings, tenho apego ao físico, ao cheiro, ao ritual da experiência. A nova leitura me transportou com ainda mais intensidade para cada um dos shows resenhados. Me contradizendo, um dos méritos de Quando o Som Bate no Peito é a magia de nos colocar na plateia de cada show e vivenciar a experiência mesmo não estando lá. Fora aquele grave do PA, o ritual da gig chega por completo em cada página. 

Por sorte da amizade e da profissão estive em muitos shows com o Márcio. Trocamos muitas figurinhas antes, durante e depois de cada show. O incrível é que sempre que eu lia as resenhas o detalhamento e fluência do texto revelava perspectivas únicas do acontecimento. O vasto conhecimento e preparação para cada tour do Márcio sempre vai além de uma mera crítica do show. Situa muito bem quem é o artista, conecta histórias e na história, destrincha setlists, apresenta personagens, detalha cada músico do palco e cada reação da plateia. Faz até a gente gostar de shows de artistas que nem gostamos, somente pela riqueza proporcionada pela leitura.

Já é um livro fundamental na biblioteca de qualquer apaixonado por música. Preenche muito bem uma lacuna da praticamente extinta arte de resenhas de shows. E para todos nós que estamos com tanta saudade de sentir o som batendo no peito, uma dádiva. 

Roger Waters. Foto: Fábio Codevilla

Juarez Fonseca
, colunista de ZH

Jornalista puro-sangue, escritor, músico e produtor cultural, o santa-mariense Márcio Grings lançou faz pouco seu nono livro, "Quando o Som Bate no Peito". Ele é um rockeiro fiel e aprofundado, tanto que criou uma empresa para realizar excursões de Santa Maria para Porto Alegre (e outras cidades), movidas por grandes shows internacionais. Isso pra começar.

A capa do livro antecipa que são 34 resenhas de shows. Grings é modesto. Não são apenas resenhas de shows assistidos de 1998 a 2019. São verdadeiros ensaios sobre os músicos/bandas e suas circunstâncias, com foco nos shows. Eu, que tenho visto shows e escrito sobre shows internacionais desde 1972, a cada texto de Grings fiquei me perguntando: pô, como esse cara entrou nesses shows com tal profundidade?

Com abordagens ao mesmo tempo horizontais e verticais dos shows e das significações dos artistas, o conjunto de textos vai muito além da mera observação factual ou de determinado momento. Nesse sentido, "Quando o Som Bate no Peito" é um estudo sobre trechos da história do rock - e do blues. 

Os cenários de Grings vão do estádio Beira-Rio à casa noturna Plataforma 85, de Santa Maria, passando pelo Bar Opinião, o Auditório Araújo Vianna, o Pepsi On Stage, a Arena do Grêmio e outros, com descrições absolutamente originais. E além das fotos em preto e branco (trabalhadas digitalmente) que ilustram cada texto, o livro inclui um miolo de 48 páginas com fotos a cores dos shows.

Ah, sim: tem Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, Jethro Tull, The Cult, Whitesnake, Roger Waters, Pretenders, Elton John, Robert Plant, Eric Claptojn, Buddy Guy, ZZ Top, Aerosmith, David Gilmour, Deep Purple, Jack White, Joan Baez, The Who, Black Sabbath, James Taylor, Gene "Birdlegg" Pittman, Saxon, John Mayer e mais.

Ian Gillan (Deep Purple). Foto: Fabiano Dallmeyer

Ricardo Seelig
, editor do site Collectors

Escrever sobre música não é uma ciência exata. Porém, poucos dominam essa arte tão bem como Márcio Grings. O jornalista e colecionador gaúcho, que atua também como produtor cultural e já escreveu vários livros, mostra todos os seus dons em Quando o Som Bate no Peito, seu novo lançamento.

A ideia da obra é relatar a experiência sem igual de assistir a um show ao vivo, de estar frente a frente com o seu ídolo e apreciar toda a força de sua música em cima de um palco. É nesse momento que o som bate no peito, toma conta do corpo e transforma a experiência musical em algo único e difícil de explicar. Mas que Grings, com a experiência de quem consome música há década, ouvidos experientes e alta rodagem sensorial conseguiu traduzir em uma obra que agradará em cheio toda pessoa como eu e você, que ama a música.

Ao todo o livro conta com a análise de 34 shows assistidos in loco por Márcio Grings entre 1998 e 2019, de nomes lendários como Rolling Stones, The Who, Bob Dylan, Paul McCartney, ZZ Top, Black Sabbath, David Gilmour, Eric Clapton, Roger Waters, Blackberry Smoke, Whitesnake e mais um monte de gente. Os textos são quase poéticos, carregados de um lirismo apaixonado e que consegue transpor para o papel a experiência transcendental que é estar frente à frente com nossos ídolos enquanto eles tocam, olhando nos nossos olhos, os seus hinos eternos.

Com 226 páginas, capa em papel couchê e 71 fotos coloridas em sua parte central (ao todo são mais de 130 imagens presentes nas páginas), Quando o Som Bate no Peito é um livro apaixonado que fala sobre a paixão que todos temos em comum: a música. Fácil de ler, fácil de se emocionar, traz o relato de experiências pessoais escritas com uma proximidade que as torna também de quem está lendo o livro.

Quando crescer quero escrever igual a você, Grings.

Ozzy Osbourne (Black Sabbath). Foto: Fábio Codevilla

Gérson Werlang
, músico e professor

Livros como esse são raros, senão inexistentes na bibliografia musical brasileira. A crítica/comentário de shows quase sempre fica, em nosso país, circunscrita aos jornais, às vezes alguma revista especializada, e raramente ou nunca chegam ao livro, o que é uma pena. Muito de nossa memória musical fica limitada às lembranças, muitas vezes um tanto falhas, daqueles que foram aos shows, e que acabam, em algum momento, caindo fatalmente no esquecimento. 

Aqui há um ponto de ligação interessantíssimo entre seu livro anterior, Engarrafando o Vento, e este Quando o Som Bate no Peito: a questão da memória. Se em Engarrafando o Vento temos a memória afetiva por pessoas, fatos e lugares canalizada para a crônica poética, em Quando o Som Bate no peito, a memória, embora não menos afetiva, pertence à verve jornalística e musical.

Além disso, também há o aspecto literário, pois o texto, embora mantenha o poder comunicativo do jornalismo musical, contém o estilo do Márcio, que transita entre os diferentes gêneros com a mesma garra e paixão. E não dá para esquecer, que em termos jornalísticos, o registro é minucioso, recheado de informações, com set lists dos shows, formações das bandas, etc.

A edição também é primorosa, algo também raro neste tipo de publicação no Brasil, com excelentes fotos de seus muitos colaboradores. Enfim, para quem gosta de música, é uma leitura muito prazerosa. Que a pandemia termine de uma vez, e o som possa bater no peito novamente. E que venham outros livros como esse, Márcio!

Gab Piumbato, leitor

A escrita de Márcio Grings é explosiva; sua atenção para o detalhe, certeira como um centroavante artilheiro. E a seleção de bandas/artistas resenhados é mais pesada do que o céu: Robert Plant, The Who, Rolling Stones, Paul McCartney, Black Sabbath, Buddy Guy, James Taylor, Aerosmith. E Bob Dylan, claro. Inclusive, Dylan é o único a ser resenhado duas vezes.

Queen + Adam Lambert. Foto: Yuri Weber

Gerson Rios Leme,
músico e professor

Se você assistiu algum dos shows, vai ficar feliz por ter mais uma ótima lembrança deles, se não, vai ter vontade de estar ao vivo na próxima vez que tiver a chance de ver uma apresentação dos seus ídolos e sentir a inigualável sensação de quando o som bate no peito! Vale cada página e imagem!!! 

Fábio Codevilla, jornalista e um dos fotógrafos do livro 

Deixa eu falar do livro mais rock do ano. De uma forma ou outra, acompanhei a feitura de Quando o Som Bate no Peito, mais novo rebento do chapa Márcio Grings. De modo geral, é um livro que versa sobre a força da música. o modo como nos relacionamos. de que maneira ela nos toca, nos emociona, nos mantêm vivos. A obra é um compilado das experiências do grings nestes grandes rituais aos quais denominamos shows. e que saudade disso tudo, hein?! Não bastasse a familiaridade com o objeto em questão, o modo como o grings escreve é de uma fluidez envolvente (recomendo ler o livro ouvindo a playlist que ele preparou no spotify - LINK AQUI

o que mais me alegra nisto tudo é ver algumas imagens que pude retratar destas pequenas cerimônias ilustrando seus textos. alegra por me transportar no tempo. alegra-me por estar ao lado de tanta gente talentosa que também abraçou este dedicado trabalho. 

Willie 'Big Eyes' Smith. Foto: Fabiano Dallmeyer 

Paulo Juner
, leitor

"Todo show musical internacional – ou mesmo nacional – ao vivo é uma obra de arte completa e complexa, toda a trabalheira que dá, viagens, transportes, estadias, logística, montagem de equipamentos, recursos de palco, o aparato técnico intrincado, equipes e equipes de técnicos envolvidos. Uma construção coletiva que ainda tem que se adaptar ao lugar, seja estádio, ginásio, teatro, anfiteatro, bar, casa de shows, praias, estacionamentos, ao ar livre, chove, faz frio, é de dia, é de noite... enfim, para os artistas e músicos mostrarem – em pessoa – sua obra e arte que tanto atraem às pessoas dos mais variados cantos do mundo, é necessário ser construído um cosmos, uma biosfera humano-tecnológica própria que implicadamente inclui todos aqueles que vão até lá vê-los, aliás, bem mais que isso, vivê-los. Cada ser vivo que ali está, é parte e presença viva de um universo pulsante e temporariamente eterno como a explosão de uma estrela. Até a vendedora de cachorro-quente que fica do lado de fora, está dentro.

Márcio Grings participa ativamente, em vários papéis ou personas, deste universo. Como arauto, ele anuncia e divulga a 4 bocas – a todos os ouvidos & olhos da região central do RS e arredores – o evento e suas peculiaridades, histórico, músicos, set-list, recursos, aparatos visuais... Como batedor e encarregado das excursões, ele encaminha as bigas, diligências e caravanas de amigos, conhecidos ou incautos desbravadores, todos amantes da Música, ao Leste Selvagem, ao El Dorado. 

No local, em frente ao palco, com o som das caixas de som batendo no corpo e a visão do ritual artístico-xamânico tocando a alma, é fã, ouvinte, observador, resenhista, comentarista, repórter... e como só tem 2 olhos, não pode engolfar tudo, convoca os parceiros que possuem mais, bem mais de 2: os fotógrafos. Assim está presente em todos os cantinhos espaciais e temporais deste mundo especialíssimo.   

Quando o palco e as estruturas do show estão sendo desmontadas, ele encarna – ainda parte do mesmo cosmos ¬– no caminho de volta e em casa, seus personagens de escriba e escritor. Escriba no sentido de dar forma e ordem a todas as anotações, informações e dados obtidos, por todos os sentidos, na efervescência da ocasião, e escritor por dar, ora!, um sentido literário a tudo isso, fazendo associações a fatos passados ou atuais (à época), influências do artista ou banda, citando histórias universais do próprio rock & pop & blues, e principalmente, incluindo com constância seus sincronizados toques e referências pessoais, frutos de intensa vivência no caldo cultural da música, literatura, rádio & mídia, cinema, quadrinhos... vida que transforma resenha em crônica! 

Mais de duas décadas e dezenas e dezenas de shows – enfatizando que cada um deles é sempre único – com tal modus operandi resultaram no livro Quando o Som Bate no Peito. E o livro é um show! A diagramação, o projeto gráfico, imagens, capas e ilustrações são de altíssima qualidade, trabalho de pessoas muito competentes. (Um pequeno brinco: a numeração de páginas em forma de palheta!) Ah, as fotos, as fotos – que são um livro dentro do livro, entre as páginas 87 e 130 – são um espetáculo!, permita-se o trocadilho. E há detalhes técnicos que não interessam só aos fãs, conhecedores e estudiosos, mas a todos que apreciam música & rock, como as notas de rodapé, que bem além das traduções, trazem informações e esclarecimentos sobre datas, artistas, movimentos, dados biográficos, expressões do mundo musical... assim como, no corpo do texto, o recurso de incluir os demais grupos e artistas com que determinado músico tocou, e idem citações cronológicas dos demais shows realizados – Brasil e mundo. Ou seja, temos também um livro de história – o rock que nos visitou (RS) nestes últimos mais de 20 anos – que é altamente didático!

Não conheço aqui no Brasil (talvez existam na Europa e nos EUA) um livro com esta abrangência, comentando e reunindo – não só isso, unindo-os com técnica e arte – tantos shows e apresentações em determinado período. Tivemos sim ótimos resenhistas de álbuns e shows, os colunistas, ou repórteres musicais, como se chamavam, nas antigas revistas Som Três e Bizz, anos 80 e 90, onde o nosso Márcio Grings deve ter bebido com voracidade, mas não construíram ou criaram nada do porte de QOSBNP. Quem presenciou um ou dois ou dez ou mais dos shows incluídos neste livro, vai reviver, se emocionar e se extasiar outra vez... de novo e de novo toda aquela chuva torrencial de Satisfação!"  

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