Review: Diokane "This is Hell We Shall Believe"


Arte: Rafael Giavanoli
Por Márcio Grings

Alguém já ouviu a expressão: 'curto e eficiente como coice de porco'? O bordão funciona perfeitamente para definir o EP “This Is Hell We Shall Believe” (2018), explosão sonora lançada pelo quarteto porto-alegrense Diokane. São apenas cinco faixas + intro, cabalísticos 11 minutos e 11 segundos de audição, tracks que utilizam como alicerce principal o hardcore, de todo o modo há naturais (e guturais) flutuações pelo death, thrash, grind, black metal e punk rock. Em coprodução entre a própria banda e Stenio Zanona (do TungStudio, onde tudo foi captado), o mini álbum também está disponível via Bandcamp, Spotify e Youtube.

Foto: Chama Vídeo Independente (divulgação)
As letras misturam colagens, certo espírito nonsense e uma constante desesperança com os dias atuais. Em contradição, flana o desejo de que precisamos prosseguir em frente. A única letra em português do CD dá um pouco desse tom: "Assumiu-se em dívida / Com a própria realidade / o saldo negativo / Cobrava insanidade / Entrou em débito / Consigo mesmo (...) Pagava uma nota pra disfarçar o prejuízo / Ficava no lucro / Se não perdia o juízo". Já "Under the Influence" não passa de uma interessante colcha de retalhos com nomes de álbuns que fazem a cabeça da Diokane. Grande sacada. Já "Days of Summer" foi inspirada não só pelo calor perturbador do verão porto-alegrense, mas também pelo clima acalorado que incendiou o RS em dezembro de 2016, quando o então governador colocou em votação o fim das fundações e outros temas polêmicos, levando o povo a diversos protestos e manifestações.      

Uma pequena amostra do poder de fogo da Diokane está no vídeo de “Born With A Curse”’, um dos temas que compõem o EP de estreia. Quem assina a produção é a produtora Chama Vídeo Independente, com áudio a cargo do TungStudio.



A formação atual do quarteto conta com Homero Pivotto Jr. (voz), Rafael Giovanoli (guitarra), Duduh Rutkowski (baixo) e Gabriel 'Kverna' Mota (bateria). Em cerca de três anos de atividade, a rapaziada comemora a escalação na abertura para o show “Max e Iggor Cavalera 89/91 Era – Special Setlist”, passagem que ganhou elogios de crítica e público:

"A banda mostrou aquele ‘sangue no zóio’ que só bandas com atitude podem ter. (...) Banda mais do que pronta pra tomar seu lugar no cenário. Diokane. Guardem esse nome!". - Metal na Lata                                                              
“A abertura do show ficou a cargo da banda Porto Alegrense Diokane, que tem um som mais agressivo ainda que os próprios Cavalera" - Crazy Metal Mind.

“As composições da banda também surpreenderam, de maneira crescente, oscilando entre simplicidade estrutural, talento para quebras de andamento e riffs cortantes, sintéticos e de bom gosto” - Wikimetal.

Ouçam o álbum na íntegra.

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