Aos 87 anos, morre Tom Wolfe, um dos maiores nomes do jornalismo literário
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O escritor americano Tom Wolfe, considerado um dos maiores e mais inovadores nomes do jornalismo do século 20, morreu nesta segunda-feira (14) aos 87 anos. Ele estava internado em um hospital de Manhattan para se tratar de uma infecção. Wolfe é um dos grandes expoentes do new jornalism (jornalismo literário), movimento que revolucionou a escrita de não ficção a partir da década de 1960 e que teve ainda como expoentes nomes como Gay Talese, Truman Copote e Norman Mailer.
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Além de livros-reportagem e coletâneas de não ficção, ele escreveu obras de ficção, como "A fogueira das vaidades" (1987). O romance foi adaptado para o cinema em 1990, em filme homônimo dirigido por Brian De Palma e estrelado por Tom Hanks, Bruce Willis e Melanie Griffith. Outra obra, o livro-reportagem "Os eleitos" (Rocco), ele contou a história de pilotos de provas que foram transformados em astronautas em um projeto espacial pioneiro dos Estados Unidos. Chamado "Os eleitos – Onde o futuro começa" (1983), o longa com Sam Shepard, Scott Glenn, Ed Harris e Dennis Quaid ganhou quatro estatuetas do Oscar.
Na minha estante tenho "The Electric Kool-Aid Acid Test" (1968), ou como foi batizado no Brasil, "O teste do ácido do refresco elétrico" (Rocco) livro em que o escritor narra a saga do colega Ken Kesey, autor de "Um estranho no ninho". Romance, biografia, sátira, tragédia, poesia e reportagem, utilizando como pano de fundo o final dos anos 1960, a história se detém a falar da liderança de Kesey frente a um grupo grupo extravagante, autodenominado Festivos Gozadores. Eles acreditavam ter uma missão na terra - difundir o uso do LSD, ainda pouco conhecido, como instrumento para abrir as portas da mente. O psicodelismo, a rebeldia hippie, o idealismo da revolução cultural que marcou a segunda metade do século passado são descritos por Tom Wolfe, recriando através de uma linguagem alucinógena toda a vertigem daqueles anos. Esgotado na editora, vale a pena recorrer ao mercado virtual de usados e adentrar no relato de um dos maiores cronistas do nosso tempo. RIP, Tom!
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