Resenha: Trem Fantasma "Lapso" (2016)
Foto: Vinícius Antunes |
Arte: Pietro Domiciano |
E essa correlação com outros gêneros artísticos segue, já que em duas músicas o grupo pinça poemas do escritor curitibano Paulo Leminski para compor "O silêncio e o estrondo" e "Lua Alta". Num país onde letras de canções são tão maltratadas (falando principalmente daquilo que se ouve nas FMs pelo público médio), o sumo poético é também uma das virtudes do quarteto composto por Marcos Dank (guitarra, violão e voz), Leonardo Montenegro (violão, guitarra, piano, órgão, synth e vocais de apoio), Rayman Juk (baixo, piano, órgão, synth e voz) e Yuri Vasselai (bateria, percussão e voz).
Veja o clipe de "Lua alta".
Veja o clipe de "Lua alta".
Lançado pelo Selo 180 Fonográfico, o disco é produzido a quatro mãos por Sanjai Cardoso e Beto Bruno (Cachorro Grande), com arremate final a cargo da masterização de Rob Grant, na Austrália, mesmo nome que já assinou álbuns de nomes importantes do rock atual como Tame Impala. Em pouco mais de 30 minutos, "Lapso" é um álbum que bate na pinha do ouvinte acostumado (e carente) por boas bandas/artistas ligados ao rock progressivo cantado em português. E a opção em tingir o vocal principal de um reverber onipresente, não apenas carimba o disco com ares saudosos dos anos 1970, como ainda nos conecta a diversas lembranças do gênero. Além das já citadas faixas rebuscadas com esboços poéticos de Paulo Leminski, ouça com atenção temas como "Tua nuvem", "Sem rumo", "Antimatéria" e "Pesadelo", essa última composta em parceria com Pedro Pelotas (Cachorro Grande), que também toca piano na faixa.
Ouça na íntegra.
A novidade é que a banda acaba de lançar novo single. Ouça "Dias confusos".
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