SYMPATHY FOR THE DEVIL: FALTAM 24 DIAS PARA VER OS ROLLING STONES EM PORTO ALEGRE
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Já que estamos em pleno carnaval, nada como falar do momento em que os Rolling Stones estabelecem musicalmente seu diálogo mais intenso com a cultura brasileira. E não estamos falando da famosa festinha em que Luciana Gimenez foi apresentada a Mick Jagger. Muitos anos antes, uma viagem do vocalista ao país gerou a introdução de uma de suas canções mais míticas.
No início de 1968, Mick Jagger e Marianne Faithful, resolver dar um tempo da agitação de Londres tirando alguns dias de férias no Brasil. Inicialmente ficaram no Rio, mas logo depois partiram para a Bahia, onde o casal alugou uma casa simples na Praia de Itapuã, de poucos cômodos ou mobília, mas provida de redes e varanda. Antes de partir para seu refúgio paradisíaco, aterrizaram no Aeroporto de Ipatinga, exatamente no dia da lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim, do qual foram informados assim que chegaram ao hotel. Ao saber que se tratava de uma cerimônia que une os deuses africanos do candomblé e os santos do catolicismo, o profano e o sagrado, juntos num cordial sincretismo religioso, Mick e Marianne ficaram interessadíssimos.
Mick em Itapuã, na Bahia. Foto extraída do livro "Sexo, Drogas e Rolling Stones" |
"Acredito que aquela experiência (o batuque e a dança na cerimônia da lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim) que levou Mick a usar samba com base para 'Symphathy for the Devil'", disse Marianne em sua autobiografia.
Mick, Marianne na Bahia. Foto extraída do livro "Sexo, Drogas e Rolling Stones" |
Quanto a letra, Jagger retrata a si próprio como uma figura diabólica, testemunha de eventos históricos. Viu de perto a crucificação de Cristo no Gólgota; esteve numa reunião com Adolf Hitler quando ' a blitzkrieg estava no auge e os corpos apodreciam; estava ao volante da limusine Lincoln de John Kennedy em Dallas; e outros tantos acontecimentos históricos observados na cadeira cativa de um visionário.
No vídeo de "Rock'N'Roll Circus", especial de televisão que juntos poeira por décadas até adquirir interesse histórico para ser lançado, o diretor Jean-Luc Godard flagrou Brian perguntando a Mick: "O que eu posso tocar". A que o vocalista responde: "Boa pergunta. O que você pode tocar Brian?".
Acabou tocando as maracas.
Acabou tocando as maracas.
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