Há 45 anos, álbum de estreia do Led Zeppelin chegava às lojas
O primeiro LP do Led Zeppelin foi
uma das Pedras de Roseta de um novo capítulo do rock and roll. Era janeiro de
1969, mas certo guitarrista faz tempo já olhava para o horizonte. Seus olhos
viam os anos 1970 como uma avenida a ser pavimentada. E o Led Zeppelin não se
manteve apenas como mais um figurante na movimentada e sinuosa passarela da música POP. Essa banda voaria como um foguete pelos quatro cantos do mundo.
Dá pra afirmar - o álbum de estreia do Led tem um
pai: seu nome é Jimmy Page. Robert Plant, John Paul Jones e John Bonhan apenas
seguiam as ordens do então “dono da banda”, o músico que geriu a gema inicial de tudo. Foi ele
que pagou a conta das gravações, quem teve a sacada e escolheu
(concebeu/chupou?) as canções, foi o instrumentista que se enfurnou no seu quarto e
colecionou todos os riffs e ideias. Enfim, por isso Page pode ser justamente apontado –
como o o Mago Galdalf do som, o cara que provocou [até então] a faísca mais proeminente dos primórdios
do heavy/hard/rock. Sim, estamos falando na primeira divisão do gênero – logo
depois viriam o Black Sabbath, o Deep Purple e centenas de outras bandas.
Gravado e finalizado em apenas
dois meses (setembro/outubro de 1968) no lendário Olympic Studios, o 'Led I' contou com Glyn Johns na mesa de áudio e ganhou uma das capas mais emblemáticas
do final dos anos 1960 – a cargo de Georgie Hardie e Chris Dreja. A banda ficou
apenas 30 horas no estúdio e somente nove dessas horas foram usadas para a
gravação propriamente dita. No repertório, “I Can’t Quit You Baby” e “You Shook
Me”, dois blues arrasa quarteirão de Willie Dixon, funcionavam como credenciais
do som do grupo: blues pesado e potencializado pela bateria furiosa de Bonzo.
“Baby I Gonna Leave You”, um tema que ficou conhecido na voz de Joan Baez,
ganharia sua releitura definitiva como um folk pesado e melancólico. Se “Black
Mountain Side” alude às raízes folclóricas britânicas, “Comunication Breakdown”
coloca o pé na porta e apresenta o quarteto como Paladinos do rock pesado. Já "Dazed and Confused" e "How Many More Times" virariam momentos apoteóticos nas futuras apresentações, abrindo janelas intermináveis para improvisações e voos rascantes de Page e Plant.
Ouça o álbum completo aqui
No entanto, escolhi um som para simbolizar a importância desse álbum. Trata-se de “Good Times, Bad Times”,
música que abre o Lado A do vinil. E para isso, faço minhas as palavras do
jornalista e escritor norte-americano Gregg Kot.
“Em ‘Good Times, Bad Times’
Bonham cria tensão com tic-tic-tics no chimbal e os batuques ocos e sincopados
do cowbell. Então ataca a caixa, mas é o bumbo que dita o tom da levada. Bonzo
dança com o pedal, e a música suinga com a força de uma marreta. Godzilla havia
chegado. Page rasga o primeiro riff titânico: duas notas enfáticas, então um
turbilhão. Jones joga belas e bem colocadas transições melódicas na mistura. E
então temos Plant. Ele pavoneia, estufa o peito, reclama e faz poses que fariam
um gangsta rapper corar”.
Entre tantas provas da
atemporalidade do Zep, eis o trailer de “Trapaça”. O novo filme de David Russel chega às telas no próximo dia 7 de fevereiro.
Adivinha qualé o som que embala o vídeo.
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