Os 10 Melhores Álbuns de 2013
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É claro que essa é uma relação pessoal, emocional e maniqueísta. É provável que alguns discos não apareçam em outras listas. Enumerei aqueles trabalhos que me 'bateram de verdade' no ano corrente. É certo que no decorrer dos meses alguns títulos interessantes não chegaram até os meus ouvidos, faz parte do jogo. Em comparação ao ano passado, a lista desse ano foi mais fácil de fazer. Porquê? 2013 se revelou num ano bem mais fraco no quesito “producões musicais” de qualidade.
Confira os Melhores de 2012
No entanto, essa constatação não impediu que tivéssemos bons discos lançados nos últimos 12 meses. Na minha lista, dois títulos nacionais, quatro producões americanas e quatro britânicas. Além dos álbuns, chamo atenção para alguns outros biscoitinhos do mundo POP que apreciamos neste ano:
Melhor box: Bob Dylan - "Another Self Portrait" Saiba mais
Melhor documentário musical: Eagles - "The History of the Eagles" Saiba mais
Melhor biografia musical: Bruce, de Peter Ames Carlin
Melhor Show: Black Sabbath Saiba mais
Melhor DVD/Blu-ray: Black Sabbath - "Live … Gathered in Their Masses" Saiba mais
Vamos aos álbuns.
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10 Gustavo Telles – Eu Perdi o Medo de Errar
Quando conheci o álbum de estreia de Gustavo Telles, confesso que fiquei semanas ouvindo o CD no carro, em casa, no fone de ouvidos, em qualquer lugar que parasse para ouvir música.
Leia resenha aqui
Se o segundo trabalho do ex-Pata de Elefante não é tão empolgante como o anterior, bueno, isso é culpa dele mesmo que nos deixou mal acostumados. Já em “Eu Perdi o Medo de Errar”, Telles se distancia um pouco da veia country rock e se aproxima do soul, no entanto, o clima romântico das letras continua imperando. Destaques para a [quase] ecumênica “Tudo vai ficar bem”, o hino anti-nostalgia “A dor de morrer” ( a melhor do disco), e para “Na sua solidão”, única pérola genuinamente country de um disco raro no mercado nacional. O CD pode ser baixado gratuitamente por este link
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09 Madeleine Peyroux – The Blue Room
Se a crítica malhou "The Blue Room", pouco importa. Madeleine Peyroux sempre me emociona. Para compor o espírito do novo trabalho, a diva se inspirou em “Modern sounds of country and western”, clássico de Ray Charles lançado em 1962 - quatro temas do disco de Charles foram revisitados pela cantora. Esse lance de abordar clássicos da música caipira (ou similares) com o espírito do jazz, continua rendendo um caldo. Dá pra perceber o barato do enlace em “Taking these chains”, “Changing all those changes” e “I can’t stop loving you”. Orquestrações na medida, aquele clima “slow” e a voz de uma das melhores cantoras da atualidade garantem satisfação garantida na audição. E tem um lance fundamental: Madeleine não tem medo de soar pop. E isso acaba fazendo toda a diferença no resultado final.
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08 Paul McCartney - New
Macca trabalhou em silêncio e só soubemos desse novo trabalho quando o play já estava prestes a ser lançado. “New” é um disco que mostra o ex-beatle muito a vontade, fazendo o que sabe: música de altíssima qualidade. E há um punhado de boas canções que agradam tanto ao fã mais ortodoxo, quanto a nova geração. Destaques para “Save us”, “On my way to work”, “Early days” e “Get out of here”. Não é nenhum "Chaos in creation in the backyard", mas novamente Paul nos mostra do alto de seus 71 anos, que continua louco para bater uma bolinha.
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07 Mavis Staples – One True Vine
Coloque a Bíblia ao lado do toca-discos. Depois de ganhar um Grammy com o álbum “You are not alone” (2010), uma das vozes mais poderosas da música negra, Mavis Staples, lançou um novo disco digno de figurar entre os grandes da música gospel. Esse é o segundo trabalho de Mavis com produção de Jeff Tweedy (Wilco), que também compôs três temas para “One True Vine”. O catecismo de Mavis pode tanto nos derrubar ou energizar, dependendo do estado de espírito de cada um, mas uma coisa é certa: impossível ficarmos impassíveis a esse conjunto de canções.
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06 Elton John - The Diving Board
Se existe alguém que redescobriu seu verdadeiro som nos últimos tempos, esse cara é Elton John. Desde “Songs from the west coast”, Eltinho parece ter desembaraçado o fio da meada, numa carreira que estava atravancado desde meados dos anos 1980. “The Diving Board” já começa emocionante com “Oceans Way”, uma canção que cheira a Elton John e Bernie Taupin. Um disco despojado de requinte, piano na linha de frente antecipando melodias muitas vezes amargas, temas que certamente não serão ouvidos nas FMs.
Leia resenha da apresentação de Elton John em POA
“The Diving Board”, que merece levar o título de Melhor Capa do Ano (fantástica a foto de Tim Barber), é uma obra maiúscula que consegue fazer o que muitos álbuns de Elton não conseguiram fazer nos últimos trinta anos – retornar aos melhores momentos dos 1970. Ouça "Mr. Quicksand", "Can't Stay Alone Tonight" e você entenderá perfeitamente o que digo.
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05 Black Sabbath - 13
Um dos lançamentos mais esperados de 2013 não decepcionou. “13” pode não ter sido uma unanimidade quanto a produção de Rick Rubin, assim como também pode não ter aquela unidade perceptível nos primeiros discos com Ozzy, mas está longe de ser um trabalho medíocre. Bem pelo contrário, há muito a ser celebrado. Os riffs de Iommi continuam matadores, a voz de Ozzy parece revigorada e canções como “Age of Reason”, “God is Dead” e “End of Beginning”, não fizeram feio no setlist das apresentações (frente aos clássicos dos velhos tempos). E de quebra, o velharedo ainda nos deu um dos melhores shows do ano.
04 Willie Nelson – To the All Girls
Willie Nelson é um artista a ser estudado. 80 anos nas costas, 143 shows em 2013 e cerca de 74.000 km percorridos de leste a oeste dos Estados Unidos. E a produção do vovô não dá a mínima pinta de cessar. “To the All Girls”, seu álbum de duetos é uma mostra desse poder de reinvenção. Mesmo quando apresenta versões batidas de canções exploradíssimas em sua discografia como “Always on my mind”, ou ao reinventar o clássico do Creedence “Have you ever seen the rain”, Nelson consegue nos surpreender com novas e criativas abordagens. Poucos conseguem manter esse pique. E rodeado de tanto talento feminino, esse velho tarado definitivamente está em casa.
03 Laura Marling – Once I Was An Eagle
Nenhum trabalho me impressionou tanto nos últimos tempos. As primeiras quatro músicas de “Once I was an eagle” estão tão bem entrelaçadas, que mal podemos saber onde começa uma e termina outra. Ao menos que você as ouça em LP, olhando para o vinil na sua frente. Nesse álbum, a britânica Laura Marling, distancia-se do pop, e se aproxima ainda mais do folk e da introspecção. A grosso moda dá pra dizer que ela soa como uma mistura de Tim Buckley com Joni Mitchell, por mais estranho que isso possa parecer. Aquela estranheza bonita, entende? "Once" explica em partes o que acaba de ser dito. “Little love caster” parece um tema mexicano salpicado de dor e “Devil’s resting place” não passa de uma cantiga cigana desesperada. A narrativa de “Undine” nos tira o fôlego. Um disco com cheiro de inverno e repleto de silêncios, com ecos de solidão e feito para ser ouvido como uma cantilena a beira de uma fogueira.
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02 Tedeschi Trucks Band – Made Up Mind
Esse é um daqueles discos que nos enchem de alegria. Basta ouvir os segundos iniciais da faixa homônima para você concluir que está na trilha não apenas de um dos melhores discos do ano, mas da década. Formada por uma reunião de músicos de primeira linha, o casal Susan Tedeschi e Derek Trucks (Allman Brothers) comanda as operações apresentando uma aula de blues, rock, soul, e até mesmo pop, mas tudo isso com aquela dose de equilíbrio pertencente aos artistas que sacam do cortado. Se Derek é considerando um dos melhores guitarristas da atual geração, Susan não fica para trás, impossível não relacioná-la como um dos destaques da voz feminina do blues/rock. Ouça “Whiskey Legs” e tire a prova. Destaque para a [contraditória] leveza de “It’s So Heavy”, para a ‘MarsallTuckeriana’ “Idle Wind” e “Sweet and Low”, um daqueles blues de chorar no cantinho.
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01 Rinoceronte – O Instinto
Assim como o animal que inspirou o seu nome, o grande mamífero perissodátilo de pele espessa e pregueada, que possui um ou dois chifres sobre o nariz, a Rinoceronte (banda) também pode ser considerada um peso pesado do pedaço. “O Instinto”, segundo disco dessa banda de Santa Maria (RS) postula no alto do pódio por motivos óbvios. O som feito pelo trio formado por Paulo Noronha (voz e guitarra), Vinícius Brum (baixo e voz) e Alemão (bateria), é uma ilha no universo do rock nacional. Ah, e eles ainda lançaram o play em vinil!
Ouça o álbum aqui
Veja o clipe de "O Instinto"
Nuanças de stoner rock, forte influência no som pesado dos anos 1970 e uma digital única que pode ser conferida em canções como “Chemako”, “As cores” e na faixa título. Minha preferida segue no player abaixo.
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