A sorriso de Helena
![]() |
A Bailarina e o Violonista. |
Nada como o tempo pra nos fazer entender o
incompreensível. Uma coisa é certa: você pode ser seu melhor amigo ou o pior
inimigo. No momento, sinto aquela estranha sensação de que preciso separar o
joio do trigo. Principalmente dentro de mim. Aquela historinha do anjo e
demônio se tapeando nos ombros. Cada um deles soprando epifanias; capeta no
ouvido direito, a entidade da auréola no outro extremo.
Num domingo desses, enquanto organizava meu acervo de LPs em meio a essa pendenga, me lembrei de uma frase de Liberato Vieira da Cunha, do livro A Companhia da Solidão: “viver é perder pessoas”. Sim, isso é batata! Amigos, amores, parcerias... Eles vêm e vão. E por mais que a sensação de vazio nos acompanhe por um tempo, essa danada de vida encardida sempre se renova. Isso não tem jeito. Algumas peças continuam fixas no tabuleiro, olhando pra você e piscando o olho num sinal de “ok”. Outras, desaparecem e te sabotam. Ou você mesmo faz isso. Toda a vez que perco uma batalha, tenho certeza, no andar da carruagem, ao longo do traçado um bocado de coisas boas irão acontecer. Aprendizes. Isso é que somos.
Num domingo desses, enquanto organizava meu acervo de LPs em meio a essa pendenga, me lembrei de uma frase de Liberato Vieira da Cunha, do livro A Companhia da Solidão: “viver é perder pessoas”. Sim, isso é batata! Amigos, amores, parcerias... Eles vêm e vão. E por mais que a sensação de vazio nos acompanhe por um tempo, essa danada de vida encardida sempre se renova. Isso não tem jeito. Algumas peças continuam fixas no tabuleiro, olhando pra você e piscando o olho num sinal de “ok”. Outras, desaparecem e te sabotam. Ou você mesmo faz isso. Toda a vez que perco uma batalha, tenho certeza, no andar da carruagem, ao longo do traçado um bocado de coisas boas irão acontecer. Aprendizes. Isso é que somos.
Trecho de "A Companhia da Solidão", de Liberato V. da Cunha. |
Em sua nova vida, fez exposições, conquistou novas amizades, viajou pra caramba e começou a namorar. O cara poderia ser seu filho. No entanto, eles se entendiam muito bem. Infelizmente o namorado não compreendeu a liberdade de Helena, e começou (de várias maneiras) a cerceá-la do direito de ir e vir. Até que certo dia, em visita a sua dentista, ouviu a seguinte frase: “O que aconteceu com teu sorriso?”. Ao constatar que havia perdido o brilho e a alegria, Helena rompeu o relacionamento. Ela busca a tranquilidade e um sorriso pleno. E essa serenidade transpira nas ambiências da casa dela.
Naquele gelado início de
noite, tomando um delicioso café, sentado num sofá confortável e ouvindo seu
relato, cantei um pedaço de Todo Amor que Houver Nessa Vida, de Cazuza: “Eu
quero a sorte de um amor tranquilo / Com sabor de fruta mordida”. Helena de bate
pronto rememorou A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran: “Hoje eu quero paz de
criança dormindo / E abandono de flores se abrindo. Quero a alegria de um barco
voltando / Quero ternura de mãos se encontrando / Para enfeitar a noite do meu bem”.
Helena é uma mulher sábia. Ela é sua melhor amiga. Eu preciso viver um bocado mais, perder uma pá de outras pessoas, para só assim navegar num mar de serenidade semelhante àquele. E quem sabe, igual a ela, só assim, voltar a sorrir de verdade.
Helena é uma mulher sábia. Ela é sua melhor amiga. Eu preciso viver um bocado mais, perder uma pá de outras pessoas, para só assim navegar num mar de serenidade semelhante àquele. E quem sabe, igual a ela, só assim, voltar a sorrir de verdade.
O olhar do musico e do poeta são plenos de sensibilidade, percepção e de uma generosa descrição sobre o que vê... Márcio Grings. Observo tua trajetória tranquila, suave, sem alardes...a única coisa que retumba é o teu talento!
ResponderExcluirlindo blog.
ResponderExcluir