Eu vou fazer uma serenata num ukulele

George Harrison e seu ukulele

Comprei um ukulele. Resolvi que vou aprender a tocar esse troço. Eu sei que aquela releitura de “Somewhere Over The Rainbow/What a wordeful World” do cantor havaiano Israel Kamakawiwo'ole encheu o saco de tanto rolar em todos os lugares possíveis. Putz, mas que versão bacana. Judy Garland e Louis Armstrong ficariam orgulhosos. Só o gordo e seu ukulele. Acho que a partir desse som o pequeno instrumento surgido no Havaí ganhou projeção por aqui. Ukulele, no idioma local quer dizer “pulga saltitante”. Além de ser utilizado no folclore havaiano, o ukulele foi bastante usado na música popular americana. No Brasil, nos últimos anos surgiram alguns músicos que começaram a utilizá-lo em discos e em algumas apresentações.


 

Também me lembro de George Harrison tocando o pequeno instrumento no documentário “Anthology” dos Beatles. E aquela versão de “Something” no Royal Albert Hall, em 2002, com Paul McCartney dedilhando o início da canção no ukulele, em Londres, me ganhou para sempre. 


 


Eddie Vedder, vocalista e líder do Pearl Jam pagou tributo ao instrumento no disco “Ukulele Songs”, onde se sujeitou a aparente limitação proposta. O resultado foi um álbum que nos mostra o quanto a simplicidade ainda é um dos melhores caminhos para qualquer artista.




Quanto a mim, estou no primeiro degrau, um iniciante que tateia as posições e apenas ouve rumores desafinados que não podemos chamar de música.  

Mas vou aprender a tocar esse troço. Entre minhas prioridades está tirar “Elephant Gun”, do Beirut. Que música triste e bonita. Acho o grupo americano um pé no saco, mas esse som é demais. Quem sabe em breve possa fazer uma serenata em uma noite de versão qualquer.  



Voltamos ao blues e ao folk.

A questão é que sou um tocador de gaita. Harmônica. Aprendi sozinho. Não sou um grande músico, mas acredito que o Criador tenha me agraciado com um senso artístico apropriado. Esse lance do ukulele vai de encontro à gaita de boca. São instrumentos pequenos. Tenho simpatia por coisas diminutas.  Pormenores. Nós gaitistas, não somos instrumentistas espaçosos como guitarristas, por exemplo. Guitarristas são egocêntricos e não admitem ficar de fora de um som por 30 segundos. Esses caras são umas malas! Nada como dar uma de voyer no meio da banda. Vocês guitarristas não sabem o que estão perdendo!

Quem sabe o ukulele faça em mudar meu ponto de vista. Duvido. 


Comentários

  1. Tem um disco do Queen em que Briam May toca ukelele, emocionante.

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