CELEBRATION DAY: Robert Plant no Gigantinho (28/10/12)
Fotos: Fábio Codevilla |
Às 20h31min, uma hora antes de Plant e sua banda subirem ao palco, a noite teve seu início com Renato Borghetti e banda. Aparentemente você diria: “Nada a ver!”. Em pouco mais de meia hora o acordeonista gaúcho fez um show que ganhou a simpatia e o carinho do público desde o momento em que apertou a primeira tecla de sua gaita. Borghetti tocou clássicos como “Mercedita”, revisitou Luiz Gonzaga e acabou a noite com Lupicínio Rodrigues. Destaque para o flautista Pedrinho Figueiredo que em muitos momentos chegou a nos lembrar do líder do Jethro Tull, Ian Anderson.
Foto: Fábio Codevilla |
“O espetáculo transita entre o heavy rock lisérgico do Led Zeppelin, folk, blues e elementos sonoros globais requintados com raízes fincadas na África e no Oriente Médio. As nuances exóticas propostas pelos músicos, sempre muito claras (e realçadas pela nitidez acústica do som que vaza do palco), ajudaram a dar leveza e groove ao som. Os instrumentos e a performance de Juldeh são impactantes, remetendo não apenas ao afro-oriente, mas também ao repente nordestino”.
E digo mais: músicos como Peter Gabriel, David Byrne, Sting e tantos outros pisaram nesse território de diversidade e globalidade musical. Algumas vezes acertaram o alvo, outras tantas não. Plant parece ter encontrado a medida certa dessa musicalidade. Tanto que, em dado momento, um clássico do Led pode ser desconstruído e desfigurado – é o caso da versão de “Black Dog”. Já “Ramble On”, “Friends”, “Four Sticks” e “Going To California” deixam os fãs em êxtase com o espelhamento nas originais. E mesmo quando não revisita os clássicos de sua banda, há momentos em que o Led surge reencarnado no palco.
É a sensação que tive quando ouvi “Funny in my mind (I believe I’m fixing to die)”, tema do bluesman Bukka White que não deve nada às releituras que Page e Plant faziam dos blues encardidos da era de ouro do gênero. Há instantes em que essa reencarnação se materializa na postura do cantor frente a banda, fazendo malabarismos com o pedestal de microfone, pela expressão de seu rosto enrugado ou pela sua ostensiva juba de leão. Impossível não se lembrar do Zep. Plant ainda tem muita lenha pra queimar, é claro que a voz do homem não possui a mesma potência, no entanto a escolha do repertório joga a seu favor.
Foto: Fábio Codevilla |
Se você é um daqueles que torcem o nariz com a fase atual do vocalista e ainda sonha com a volta do Led Zeppelin, tenho um remédio: hoje acontece a primeira sessão de “Celebration Day”, filme/concerto do LZ, que ocorreu em 2007, no O2 Arena. Corre até o Cinemark do Barra Shoppping Sul, parece que ainda há ingressos à venda. Serão apenas duas sessões em solo gaúcho. Mais informações no link
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