O Ajudante do Rei Arthur

photo: cartier bresson (1954)

Um dia desses vou promover uma festa para desabrigados. Um banquete para os mendigos. Os fracassados filhos de deus. Nada se compara a sensação agradável de ouvir o barulho dos copos de bebida batendo contra colossais & intermináveis mesas de madeira. A boa ação do dia - saciar a sede dos picas-fumo com generosidade. Pão & vinho em abundância. Algumas prostitutas pra alegrar ainda mais as coisas. Muito riso & piadas sem graça. Cairia bem uma autoridade decadente como mestre de cerimônias. Um cara pra dizer algumas frases prontas. Uma daquelas figuras que já foi fodão um dia  e que hoje não vale um tostão furado. Sem credibilidade alguma. Todo mundo já foi grande em algum momento. A sensação ninguém esquece. Lembro quando eu tinha 8 anos e buscava cigarros & bebida pra meu pai. Eu me sentia um cavaleiro da távola redonda ajudando o rei arthur. Naquela época eu era o maior garoto da turma. Sentava no fundo da sala & o último lugar da fila pertencia a mim. Eu era grande naquela época ... bem maior do que hoje.

Comentários

  1. Os que sentam no fundo da sala são sempre os mais brilhantes...e os mais indóceis também! Por isso eu sempre fui presidente da turma do fundão...tá um filme esse texto...manda pro Polanski dirigir! hehe
    Bjus da Bia

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