Em novo lançamento de sua série de Bootlegs, Bob Dylan revela as pérolas escondidas dos anos 1980
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Bob Dylan é uma permanente fonte de inspiração nos meus dias. Cresci como adolescente e jovem adulto nos anos 1980, portanto, foi quando descobri a música do bardo e me tornei seu admirador. Ouvi todos os discos desse período, muitos inclusive antes de conhecer os consagrados álbuns das décadas anteriores. Ao contrário do senso comum, no geral, a produção de Bob Dylan nos anos 80 é de alto nível. Esqueça a crítica musical que sumariamente o ignorou, geralmente elencando apenas "Infidels" (1983) e "Oh Mercy" (1989) como álbuns relevantes. Eu, por exemplo, sempre fui aficcionado nas canções do contestado "Empire Burlesque" (1985). Os anos 1980 engoliram muitos artistas predecessorres aquele período, e assim jogou no ostracismo outros tantos da geração advinda das fértis décadas de 1960/70. Vários deles realmente ficaram perdidos, até o próprio Dylan, seja por simplesmente não se adaptarem ou até mesmo por tentaram (sem sucesso) se encaixar a estética sonora proposta por muitos produtores. Entre as escolhas de mixagem, por exemplo, havia uma obsessão por aquelas horrorosas baterias com excesso de reverber (maldito Arthur Barker), uma assinatura de mixagem que acabou por soterrar muitas boas canções.
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"Bob Dylan 'Springtime In New York: The Bootleg Series Vol. 16 (1980 – 1985)" resgata um artista vitorioso, mesmo com sua compulsão de nos esconder parte daquilo que produz, quando o velho Bob finalmente nos oferta a pérola escondida, sabemos que o brilho dessa joia irá reluzir para todo o sempre. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, com a abertura do segundo baú dessa década.
Masterpiece.
Excelente texto. Obrigado por compartilhar conosco o seu pensamento e as suas predileções.
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