Livro: Walden, de Henry David Thoreau
Comprei meu primeiro exemplar de “Walden”
pela internet no meio da década passada. Chegou pelo correio uma edição surrada
da Ediouro, lançada no final dos anos 1970. Na verdade, descobri a obra de
Henry David Thoreau, autor do referido livro, através de fragmentos e citações
espalhadas em diversas leituras feitas ao longo dos anos. Mas realmente fui a
caça de alguma obra de Thoreau quando li “Na Natureza Selvagem”, livro escrito
por Jon Krakauer e lançado no Brasil em 1999 (obra que virou um bom filme
dirigido por Sean Penn). Thoreau era um dos ídolos de Chris McCandles,
protagonista do livro de Krakauer, um viajante bordejador a contramão do
American Way of Life. Voltando a 1999, no mesmo ano comprei o manifesto
anarquista “A desobediência Civil” (L&PM Pocket). Mas foi quando li “Walden” que realmente fui envolvido pelas
palavras de mestre Thoreau.
O livro é dividido em vários capítulos bem peculiares, e em cada um deles, detalhadamente o autor conta o que viveu, o que sentiu e o que pensou durante o tempo que
permaneceu no lago Walden, onde ergueu uma cabana e sobreviveu sozinho somente
com a ajuda da natureza. Ao todo, foram dois anos, dois meses e dois
dias. A partir de “Walden”, a maneira do Homo americanus de ver o mundo à sua
volta e a si próprio nunca mais foi a mesma.O recado final que ecoa quando
concluímos a leitura de “Walden, é que o livro não passa de um testamento ético-espiritual que
até hoje inspira as pessoas a buscarem uma vida menos material e mais natural.
Além de confesso amante da natureza, Henry David Thoreau é considerado, junto
com os povos indígenas, um dos avós do movimento ecológico que ganharia forma
nos anos 1960.
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Depois de algum tempo fora de
catálogo, eis que a editora gaúcha L&PM Pocket relançou o livro do
escritor em 2010. A edição pocket pode ser facilmente encontrada em qualquer boa livraria do país. Em “Walden ou a vida nos bosques”, Thoreau disse que não pretendia
escrever uma ode à melancolia, e sim trombetear vigorosamente como um galo ao
amanhecer, no alto de seu poleiro, quando menos para despertar os vizinhos. Mas
o livro chegou muito mais longe, pois sua leitura despertou centena de milhares
de pessoas em todo o mundo. Mesmo passados mais de 150 anos de seu lançamento
original (1854), “Walden” merece um lugar na sua estante, ou melhor, merece
muito mais do que uma despretensiosa passada de olhos pelas suas páginas.
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Coleção L&PM Pocket
Gênero: Literatura internacional
Páginas: 336
Tradução: Denise Bottman
Apresentação: Eduardo Bueno
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