{1} 68 ROCK SPECIAL


(((( )))) hilman, mcguinn, clarke e crosby??


{take 1} The Byrds = The Notorious Byrd Brothers (1968) Há 40 anos atrás....

> Gravadora: Columbia
> Data de lançamento: 03.01.1968.
> Formação: Roger McGuinn – Guitarra de 12 cordas e Voz; David Crosby – Voz e Guitarra rítmica; Chris Hilman – Baixo e voz; e Michael Clarke – Bateria.
> Participações especiais: Clarence White (que um ano depois seria efetivado na banda) – guitarra; Paul Beever – intervenções eletrônicas e efeitos sonoros; Red Rhodes – dobro e Jim Gordon (que nos anos 70 trabalharia com Eric Clapton) – bateria.
> Produção: Gary Usher.

(z) * Curiosidade: O disco foi gravado nos estúdios da Columbia em Hollywood, entre os dia 21 junho e 6 dezembro de 1967. A versão em CD traz um precioso libreto com 12 páginas, incluindo fotos, cartazes e material promocional. Também estão lá 6 faixas bônus + um spot de divulgação que foi veiculado nas principais rádios americanas. A cereja do bolo fica por conta de uma faixa escondida onde Crosby, Clarke e McGuinn, quase saem no tapa dentro do estúdio em 16 de agosto de 67. O circo pegou fogo em plena a gravação de “Tribal Gathering”, um dos temas do álbum. No formato digital, o ouvinte poderá conferir um bate-boca generalizado - tudo registrado na íntegra, com direito a mediação do produtor Gary Usher (amigo e discípulo de Brian Wilson dos Beach Boys). Em seguida Crosby deixaria a banda, tão logo fossem finalizadas as gravações. Ironias a parte, na fotografia de Guy Webster para a capa do álbum (veja foto acima), os três integrantes remanescentes foram clicados dentro de um estábulo. David Crosby foi representado por um cavalo.

(1) * Fazendo uma pequena retrospectiva, os Byrds já haviam colocado no mundo 4 álbuns antes de ‘Notorious’. O primeiro LP “Mr. Tambourine Man”, lançado em 65, ajudou a balizar o Folk Rock. No segundo registro - “Turn, Turn, Turn” - eles seguiram na mesma balada do disco anterior, época em que a banda era capitaneada por Gene Clarke e somava sete re-interpretações do repertório de Bob Dylan, tudo isso em apenas dois discos. No terceiro, “Fifth Dimension”, já sem Gene Clark que partiu para uma bem sucedida carreira solo após dissidências com McGuinn, o quarteto resolve sair da confortável sombra Dylanesca. Era uma visível tentativa de ampliar os horizontes da banda e principalmente de cauterizar essa linha musical, que na visão de muitos limitava os californianos. Foi quando os rapazes aderiram com sucesso à nova onda psicodélica. Vale a pena lembrar que logo depois os próprios Beatles e até mesmo os Rolling Stones entrariam nessa. Os Byrds foram os pioneiros na Costa Oeste e atacariam com um dos principais hits daquela época – a censurada “Eight Miles High”. Em 1967 com o multifacetado “Younger Than Yesterday” e sob comando de Roger Mcguinn - o Byrds lançaria um dos seus trabalhos mais ambiciosos e aclamados. É nessa bolacha que ouvimos a versão definitiva de “My Back Pages” de Dylan (sempre que a fonte secava eles recorriam ao baixinho), releitura que o próprio bardo acabou inserindo no modus operandi das execuções dessa canção, nas consequentes apresentações das décadas posteriores.

(2) * Mas o Byrds estava mais uma vez em conflito e essa crise de identidade geraria um disco ainda melhor que o referido álbum de 67. É também nesse ano que começa a história genética de “The Notorious Byrd Brothers”. Como já dissemos anteriormente, um fato relevante e que acabou respingando nas entrelinhas do volume sonoro, foi que David Crosby sairia oficialmente da banda praticamente no mesmo momento em que a primeira matriz desse trabalho fosse lançada no mercado. Estava acontecendo um novo racha entre os integrantes - que competiam insidiosamente entre si. Provavelmente este também seja o disco mais dividido do grupo americano naquilo que se refere a direção musical. No menu surgem canções das mais variadas cêpas: baladas folk, rock psicodélico, country e aquele clima riponga pré-Woodstock. Sem a pretensão de estarem fazendo "a" obra conceitual, uma outra boa sacada de 'Notorious' é o fato das faixas estarem mixadas praticamente sem intervalo, passando uma sensação de consternação ao ouvinte. As vezes mal podemos notar a passagem de uma música para a outra, e quando percebemos, essa ponte é muito ágil. Apesar da guerrilha interna, McGuinn, Crosby e Hillman, continuavam compondo as vezes em trio, outras em dupla ou até individualmente. Ou seja: a linha de produção continuava intacta. O resultado final traz a assinatura de 9 das 11 canções do disco com o núcleo da banda. As duas exceções são de autoria de Carole King e Gerry Goffin – “I Wasn´t Born To Follow”(que um ano depois apareceria na trilha de “Easy Rider”- vejo trecho do filme logo abaixo) e a magnífica balada “Goin Back”, que talvez seja o grande tema interpretado por Crosby no Byrds. Mais especificamente a matéria prima do disco continha uma drug song explícita como abre alas do vinil – “Artificial Energy”; a onda psicodélica (que já estava em declínio no início de 68) também tinha seus cavalos de batalha - “Natural Harmony” e a hipnótica “Draf Morning”(com direito a sons de bombardeio e explosões da era Vietnã). Os elementos da tradicional música americana estavam camuflados em três características Byrd-songs - “Get To You”,“Change is Now” e “Old John Robertson”. E o disco se despedia antecipando a doideira do final dos anos 60 com uma invejável trinca de temas que ilustram efetivamente o panorama musical daquela época. Os ingredientes estão todos lá: as letras non-sense de crosby - "Dolphin´s Smile", o misticismo barato (muito em voga na segunda metade dos Sessenta), a filosofia hippie - "Tribal Gathering" e tecladinhos viajandões entrelaçados a vocais ao estilo mantra pé-no-saco - "Space Odissey". Resumo da ópera: Os rapazes ainda tinham lenha pra queimar e continuavam respondendo como uma das mais fidedignas vozes daquela geração. Apesar de naquela época, o disco não obter a merecida apreciação da crítica, hoje, passados 40 anos - a ficha já caiu. Graças a geladeira estética e com a devida justiça do tempo, é quase prevísivel ver o disco inserido em muitas listas dos grandes álbuns de todos os tempos. Vide “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer” de Robert Dimery – é só abrir a página 141 do livro.

(3) * Nesse mesmo ano, logo após a ruptura com sua célula mater, David Crosby se juntaria a Stephen Stills (Buffalo Springfield) e Grahan Nash (The Hollies), formando um dos trios mais elogiados da história do pop. Aproveitando o clima de despedida, o baterista Clarke também deixaria o grupo. Na verdade, apesar do embate interno e da divisão de forças no agrupamento, “The Notorious Byrd Brothers” acabou gerando um legado que ainda hoje permanece em evidência. Para comprovar, basta o caro leitor ouvir bandas como Tom Petty & The Heartbreakers, Wilco, Golden Smog, Jayhawks e principalmente BeachWood Sparks - que no disco "Once We Were Trees" de 2001 - faz um decalque escrachado dos Byrds desse período. 1968 seria um dos anos mais importantes da história do grupo, pois o pulo do gato dos Pássaros Californianos estava apenas assestado - o último golpe viria poucos meses depois. Foi quando um então desconhecido garoto, junta-se aos Byrds remanescentes e promove uma nova guinada ao chacoalhar os pilares da música country. Seu nome era Gram Parsons. Mas aí já estamos falando de uma outra história.

download: http://rapidshare.com/files/23629657/The_Byrds_-_the_notorious_byrd_brothers.zip

márcio grings

Comentários

  1. Mazaaa! Lorde Grings e seu espaço virtual será um um casamento especial. Já tô linkando nos meus recomendados. abraço amigo!!!

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  2. Márcio...valeu mesmo pelo comentário no blog...gracias!! Não vou processar a Diablo Cody pois acho que o mundo precisa de mais meninas como ela..hehe Enfim, lá estou eu na tela, de moleton, cabelo preso e cheia de músicas na cabeç! Bjus da Bia

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  3. Sim, criei hoje mesmo, para dar um suporte ao projeto Maio de 68: e depois?
    em termos de conteúdo (mas nao linkei ao projeto).
    Vou te adicionar no meu blog, se puderes me add no teu tambem...
    Vou sim acompanhar teu blog, afinal escuto itapema direto hehehe
    obrigada pelas felicitações.
    Sucesso para nós, então. hehe
    abraçosss:)

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  4. obrigada pela cordialidade
    bom trabalho.
    bjoo

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  5. Não tem hype que esfrie as válvulas do meu amplificador. Martilo, gracias por ter me apresentado os Byrds e gracias pela leitura. O blog tá ducaraio!!!
    Coincidência ou não, hoje ouvi o Van Morrison naquele disco "Memorabilia Records". Abração!!

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